Uma portuguesa de Paris; ou uma francesa de Lisboa.

Assina: Isidoro-Augusto ( Portuguese Photographer ).
Almada / Portugal 22 de Junho de 2016.

Sempre a conheci assim; dividida. Mais tarde, por força das circunstâncias, a divisão alargou-se, surge, mais um longínquo lugar, que de imediato, conquista o seu coração. Nova York. Onde expõe a sua fotográfica pintura, assim rotulo o seu magnífico trabalho, pelo simples facto de ela utilizar, toda a técnica, todo o seu saber fotográfico, como quem utiliza uma espátula ou um simples pincel, sobre o positivo, que aqui a tela substitui.
Senhora de uma sensibilidade, assaz curiosa e deveras interessante. Apaixonada, cedo casa com a arte fotográfica. Cedo encontra, o seu caminho. Encontra-se.
Repito:
Encontra, na abstracção, o seu palco maior, a sua linguagem, é aí onde se situa a sua arte.
No lado primevo. Lado este, que é tocado, pelos seres mais sensíveis, por todos aqueles que cansaram o seu olhar, através do imediato, do conhecido.
Ela, a abstracção, no meu entender, pertence ao lado atomista, ao lado primeiro e inaugural, por isso o mais puro, de toda e qualquer que seja a expressão artística, por nós utilizada.
Ao falarmos, da fotografia abstracta, estamos a falar do “ Pictorialismo “ que é o elemento de fusão inicial, destas duas distintas artes; a velhinha “ pintura “ e a recém chegada, “fotografia”.
Os percursores desta nova linguagem, linguagem esta, que tem o seu começo, na pintura, e que por contágio, quase em simultâneo, rapidamente atinge a fotografia. E foi com o aparecer, de um movimento russo, denominado “ Construtivismo “, no início do século XX, que a abstracção, assim inicia a sua carreira. Entre vários nomes, destacamos obrigatoriamente, estes dois: Alexander Rodchenko ( russo ) e o do ( húngaro ) Lászlo Moholy Nagy.
Cidália Alves, tem, por direito próprio, um lugar de destaque neste campo. Ela é, uma artista, com todas as letras, que a palavra na sua essência exige e dispõe.
Ela é, acima de tudo, uma verdadeira esteta.
Cidália Alves, encontra, na máquina fotográfica, o seu desígnio. Sim, digo bem! Uma vez que, fotografar, é a forma mais perfeita de desenhar.
E o desenho, como todos nós sabemos, é a arte das artes. Tudo quanto nos rodeia, carece de desenho!…
Não entendo, nem aceito, a relutância e o desprezo, que certos galeristas, atribuem à arte fotográfica e aos seus fazedores.